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Existe Adulto com TEA?

Foto do escritor: Luana VianaLuana Viana


Você sabia que adultos pode apresentar alguns dos sintomas que fazem parte do transtorno do espectro autista? Não é como se eles fossem super diferente daqueles apresentados por crianças, mas suas manifestações podem ser mais difíceis de perceber e variam de pessoa para pessoa.

Algumas pessoas passam a vida inteira sem saber que se enquadram dentro do espectro autista. Isso pode trazer várias repercussões para eles, como serias dificuldades nos seus relacionamentos, no trabalho e no cotidiano. Alguns acham que autismo só se manifesta em crianças, mas a verdade é que ela pode se manifestar em pessoas de qualquer idade e o desconhecimento disso é o que afasta muitos de obter ajuda profissional.

A principal diferença em como o autismo se manifesta em adultos em comparação com crianças é que, nos adultos, os sintomas tendem a ser mais sutis ou pelo menos não tão gritantes como podem ser em crianças. Via de regra um adulto com autismo foi uma criança com autismo. Quando os sintomas são menos severos na infância, eles podem ficar mais visíveis só na fase adulta, que é quando certas dificuldades terão um peso muito maior.

Duas dessas dificuldades que pesam muito na fase adulta são as de se comunicar e interagir com os outros. Uma mera conversa informal sobre banalidade pode ser algo desafiador, confuso e angustiante para esses indivíduos. Para eles, deduzir o que estão sentindo, pensando, entender as regras que governam as conversas e agir de acordo com elas pode ser bem confuso, o que dificulta a formação de amizades e relacionamento românticos.

Não é à toa que muitos desses indivíduos se sentem bem ansiosos ao interagir com desconhecidos e aí, mesmo sem querer podem parecer rudes, desinteressados ou inconvenientes, ganhando a fama as vezes de “sem noção”. Tanto perceber quanto expressar comportamentos não verbais durante uma conversa tende a ser mais difícil também. Alguns exemplos desses comportamentos são s expressões faciais, mudança no tom de voz, suspirar e manter contato visual.

A presença de linguagem figurada numa conversa é frequentemente um desafio, já que a interpretação de muitos desse individuo tende a ser bastante literal. Todas essas nuances e detalhes que costumam ser interpretado de forma automática pela maioria das pessoas podem ser bem mais misteriosas para alguém no espectro autista. Outros sintomas mais comuns são os comportamentos, atividades e interesses restritivos e repetitivos. Isso pode se manifestar de diversas formas, como através de movimentos motores, ou falas estereotipadas e repetitivas, ter interesse muito especifico e excessivo em algum assunto e ser muito resistentes a mudança na sua rotina.

Por conta disso, alguns daqueles dentro do espectro autista reagem muito mal a imprevistos ou atrasos. Outra manifestação possível é reagir de forma incomum a estímulos sensoriais como luzes, texturas, sons e cheiro. A pessoa pode ter um interesse ou uma sensibilidade muito grande a esses estímulos ou o contrário, como se mostrar indiferente a dor ou a mudança de temperatura.

Alguns fatores dificultam a identificação desses sintomas em adultos. Um deles é que muitos indivíduos aprendem a camuflar artificialmente seus sintomas ao longo da vida para não serem excluídos ou discriminados pelos outros. Outro fator é que frequentemente o autismo vem acompanhado de outras condições, como o TDAH, o TOC, transtornos depressivos e de ansiedade, o que torna a investigação do diagnostico mais complexa. Essas dificuldades com o diagnostico são ainda maiores para as mulheres

. Sabemos que homens recebem muito mais frequentemente e de forma mais precoce o diagnostico do transtorno do espectro autista do que elas. Alguns poderia concluir que isso reflete uma diferença meramente biológica entre homens e mulheres, mas hoje sabemos que várias mulheres não receberam esse diagnostico, mesmo quando tinham o transtorno.

Muitos fatores podem ajudar a explicar o porquê isso acontece e um deles tem a ver com expectativas sociais de gênero. Uma menina que se mostre mais distante dos seus coleguinhas de escola tem uma chance maior de ser vista como apenas tímida, enquanto um menino exibindo a mesma coisa pode deixar os professores mais preocupados.

Demonstrações de ansiedade durante interações sociais também podem ser vistas de forma mais naturalizadas em meninas do que em meninos, já que faz parte do estereotipo sobre mulheres a ideia de que elas são mais emocionais do que os homens. Pais e professores podem ficar menos preocupados com meninas exibindo esse tipo de ansiedade e não dar a importância devida a isso.

Outra possibilidade é que os sintomas se manifestem de formas diferentes em homens e mulheres. Sabemos que elas costumam exibir com menor frequência sintomas como movimento motores repetitivos e interesses restritos. Mesmo quando elas têm um interesse assim, ele tende a ser voltado para assuntos mais aceitos socialmente, como música, animais ou livros, passando mais facilmente despercebido.

Meninas no espectro autista tendem a exibir habilidades linguísticas mais desenvolvidas, maior interesse em fazer amizade e mais atenção social do que meninos nesse espectro, o que pode camuflar melhor suas dificuldades. O lado negativo nisso é que, mesmo os camuflando super bem, várias delas enfrentam dificuldades ao longo da vida por conta dos seus sintomas e demoram até receber o diagnostico adequado, isso quando recebem.

Se você for um adulto que nunca foi diagnosticado com o transtorno do espectro autista, mas suspeita que esse talvez seja o seu caso, procure um profissional competente para conduzir uma avaliação psicológica com você. Investigar a presença desse diagnostico é uma das melhores formas de entender o que está acontecendo atualmente na sua vida e de definir quais são as intervenções com o maior potencial de te ajudar a ter uma qualidade de vida melhor. Cada vez mais adultos estão descobrindo que algumas das suas maiores dificuldades ao longo da vida tinham a ver com um transtorno do espectro autista que não foi identificado mais cedo. Essas pessoas normalmente têm muita mais dificuldade para fazer novas amizades, mantê-las e interagir com desconhecido de maneira natural e tranquila. Quanto mais precoce forem o diagnóstico e as intervenções ligada ao transtorno do espectro autista, melhores tendem a ser os resultados.

Mesmo aqueles só diagnosticados só na fase adulta, também pode se beneficiar de intervenções e melhorarem e muito a qualidade de vida, seus relacionamentos e suas capacidades comunicativas.




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